O Hospital de Lamego, que integra o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), serve cerca de 100 mil habitantes dos concelhos do Douro Sul, aos quais se têm vindo a juntar as populações dos concelhos de Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião, Régua, parte de Cinfães e Castro Daire.
Cada vez mais recorrem a este hospital sobretudo pela diminuição de custos com as deslocações, nomeadamente a poupança nas portagens na A24 e pela proximidade geográfica.
Tendo representado um investimento de mais de 45 milhões de euros e tendo sido inaugurado no inicio do ano de 2013, apresenta-se com graves carências que conduzem a lacunas inaceitáveis na prestação de cuidados de saúde:
1. As trinta camas de internamento têm uma taxa média anual de ocupação superior a 145%, com internamento de doentes em macas nos corredores, nomeadamente no serviço de urgência, por períodos médios de 4 a 5 dias, a aguardar vaga nos serviços.
2. Não possui exames de diagnóstico (TAC), apesar de a sala do seu serviço de radiologia estar preparada para a sua colocação, inserida na plataforma PACS e possuir técnicos para o efeito.
3. O banco de sangue foi suspenso há cerca de dois anos e a inexistência de reservas de unidades de sangue para transfusões sanguíneas em situações de emergência coloca em sério risco de vida a população.
4. A cirurgia de ambulatório de ortopedia foi suspensa há mais de oito meses, a consulta externa de endocrinologia foi suspensa há seis, tal como consultas de outras especialidades que passaram a efetuar-se em Vila Real.
5. Há uma série de patologias do âmbito da especialidade da cirurgia que poderiam ser tratadas em internamento hospitalar em Lamego, nomeadamente colecistite aguda, pancreatite aguda, isquemias dos membros inferiores, hemorragia digestiva e que não necessitariam de ir para Vila Real para ali serem internados, assim se evitando custos de deslocação e melhor capacidade de resposta atenta a sobrelotação do Hospital de Vila Real.
Face ao exposto, os deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, António Borges, João Paulo Rebelo e Marisabel Moutela, vêm por intermédio de V. Exa, Senhor Presidente da Assembleia da República, questionar o Senhor Ministro da Saúde sobre o seguinte:
1. É verdade que metade do edificado hospitalar encontra-se absolutamente inativo?
2. Qual foi o número de TAC realizadas a utentes da área de influência do Hospital de Lamego na Unidade Hospitalar de Vila Real?
3. Destes quantos tiveram transporte associado e qual o valor desses custos suportados financeiramente pelo CHTMAD?
4.Sabe-se que nos três anos anteriores foram realizados a utentes do ACES Douro Sul exames de diagnóstico cujo montante foi pago ao setor convencionado. Quais os seus valores?
5. Que investimentos estão previstos em novos equipamentos neste hospital?
Lisboa, 12 de janeiro de 2016
Os deputados
António Borges
João Paulo Rebelo
Marisabel Moutela»
[TEXTO POSTADO POR UMA RÁDIO LOCAL E PARTILHADO POR VÁRIAS INDIVIDUALIDADES DA REGIÃO]
Se vai haver "união de esforços" não sei. Aparentemente tanto o PS como o PSD locais/regionais andam às voltas com a questão da Saúde. Mas parece que, neste momento, o PS "regional" está mais interessado em discutir a regionalização. Será que só parece?! Anónima?
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