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domingo, 14 de maio de 2017

(12)E QUANDO É O PADRE A PRECISAR DA NOSSA AJUDA?(e pq hoje é domingo)

[Caros Bloguistas: E prá rubrica do "E Porque Hoje É Domingo", escolhemos um texto que encontramos no Blog Asas da Montanha, relativo a um estudo sobre os Padres Católicos (*).
Após a sua leitura ficamos a pensar o quão verdade é o ditado "quem tem filhos tem cadilhos e quem não os tem...cadilhos tem!" E porque os cadilhos não matam mas amolentam, os Padres também adoecem e, ao contrário dos demais, nem sempre são tão compreendidos. Por isso aqui deixamos um excerto do texto "E quando os padres precisam de ajuda?". Votos de boa leitura! ProfAnónima]
«DEPRESSÃO E SUÍCIDIO NA IGREJA: QUANDO OS PADRES PRECISAM DE AJUDA

Está na hora de estender a mão aos religiosos e religiosas sobrecarregados: eles também são seres humanos necessitados
(...)
O autor do livro “Os Padres em Psicoterapia“, Ênio Pinto observa que “a vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário. Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos difíceis”.

Esta visão é compartilhada pelo psicólogo William Pereira, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“. Para William, “o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.

Os especialistas consultados pela reportagem da BBC indicam o excesso de trabalho, a falta de lazer e a perda de motivação entre os possíveis fatores que levam religiosos ao suicídio. (...)

Para Ana Maria Rossi, a psicóloga coordenadora da pesquisa, os padres diocesanos são mais propensos a sofrer de estresse do que os religiosos que vivem reclusos: “Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes: os padres têm que estar à disposição dos fiéis 24 horas por dia, sete dias por semana”.
(...)
Conforme os dados de 2010 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a média nacional é de 1 padre para cada 5.600 fiéis.

Diretor da Âncora, uma casa de repouso no Paraná para padres e freiras com estresse, ansiedade ou depressão, o padre Adalto Chitolina confirma que, para eles, “sobra trabalho e falta tempo. Se não tomar cuidado, o sacerdote negligencia sua espiritualidade e trabalha no piloto automático. Ao longo de 2016, a nossa taxa de ocupação foi de 100%. Em alguns meses, tivemos lista de espera”.
(...)
O Brasil não é exceção no quadro de estresse que afeta os religiosos sobrecarregados. A universidade espanhola de Salamanca ouviu 881 sacerdotes do México, da Costa Rica e de Porto Rico para identificar uma alta incidência, entre eles, de transtornos relacionados à atividade sacerdotal: “Três em cada cinco experimentavam graus médios ou avançados de burnout, a síndrome do esgotamento profissional”, informa Helena de Mézerville, autora da pesquisa.

Mas os padres católicos estão longe de ser os únicos atingidos. (...)

FIÉIS DEVEM FICAR ATENTOS, JULGAR MENOS E AJUDAR MAIS

É oportuno lembrar aos leitores católicos que é dever cristão de todos nós zelar pelo bem das almas – e isto inclui a alma dos nossos sacerdotes, religiosos, seminaristas, freiras e leigos consagrados. Eles contam com especial graça de Deus, certamente, mas Deus sempre deixou claro que confia o acolhimento da Sua graça à nossa liberdade, inteligência e caridade: precisamos fazer a nossa parte por nós próprios e pelos outros, ajudando-os especialmente quando estão sobrecarregados e necessitados da nossa fraternidade. (...)

Se julgarmos menos e ajudarmos mais, viveremos com mais coerência o cristianismo que dizemos professar e que tanto gostamos de cobrar dos outros.» (9 de Maio, In Blog Asas da Montanha)

*A partir do artigo “Depressão no altar: quando padres e sacerdotes precisam de ajuda“, da BBC Brasil

(*)VIMOS ESTE TEXTO COMO "MEL NO LEITE" DEPOIS DE TERMOS SABIDO MUITO RECENTEMENTE QUE UM PADRE DA REGIÃO ATINGIU O PICO DE UM ESGOTAMENTO (BURNOUT), MUITO POR CULPA DO EXCESSO DE TRABALHO E DOS TAIS CADILHOS (dos outros"): "RARO É O DIA QUE NÂO ME BATEM À PORTA COM PROBLEMAS QUE ME CAUSAM UM GRANDE DESGASTE EMOCIONAL", CONFIDENCIOU A ALGUÉM PRÓXIMO DESTE BLOG. SABEMOS QUE TENTA AGORA RECUPERAR DA SAÚDE PERDIDA E PÔR O TRABALHADO EM DIA, MAS COM AS BUROCRACIAS QUE IMPERAM NO N/PAÍS (AO QUE SE JUNTA MUITAS VEZES ÀS "MÁS VONTADES"), NÃO ESTÁ A SER FÁCIL RETOMAR O "TRILHO", OUTRORA BEM DIREITINHO . SERÁ QUE OS PAROQUIANOS SABEM QUE PODEM AJUDAR O SEU PÁROCO?! COMO? BASTA PERGUNTAR-LHES...

3 comentários:

  1. DAQUI:

    http://asasdamontanha.blogspot.pt/2017/05/depressao-e-suicidio-na-igreja-quando.html

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    1. Poderá ler o texto na íntegra no blog Asas da Montanha ou nos comentários do Poste-Zero deste blog.

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  2. QUEM DEVE AJUDAR OS PADRES?

    Embora no texto seja dito que os Bispos é quem têm a principal responsabilidade de "cuidar" dos Padres quando estes necessitam, parece-nos que os paroquianos podem e devem fazer alguma coisa, até porque o que eles nos pedem pra não atingirem situações limite, não é nada de transcendente.

    Pela leitura integral do texto, fica-se com a ideia que eles precisam de ajuda nas tarefas diárias, privacidade e lazer (algo escolhido pelos próprios). Igualmente precisam que compreendamos os momentos de menor paciência e de menos simpatia/disponibilidade. Enfim, precisam que sejam vistos como Seres Humanos, com virtudes e limitações...

    ProfAnónima

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