(14)OS ROUBOS CONTINUAM?! (ele diz k sim...)

 [TRAZIDO DO SITE OFICIAL DO NOTÍCIAS DE VILA REAL]

OS ROUBOS CONTINUAM Por Caseiro Marques

1 – Não se compreende o socorro que o estado prestou aos capitalistas do BANIF. Então um banco que durante anos e anos seguidos alardeou que tinha milhões de lucros, que pagava centenas de milhares de euros por mês aos seus gestores... ...de um momento para o outro está descapitalizado e a necessitar que o estado o socorra, injectando muitos milhões, mais de mil milhões de euros, para não ter de fechar as portas. Que culpa tenho eu e a maioria dos portugueses que as administrações deste banco e doutros tenham deixado, contribuído e colaborado no roubo que os seus accionistas e administradores foram perpetrando ao longo dos anos? Onde estão os milhões de lucros? Foram distribuídos pelos accionistas? Então que sejam os accionistas a pagar, para o banco continuar a cumprir os seus compromissos. Que se prendam todos os ladrões dos bancos e não só. Também os políticos que permitiram tudo isto, quer com a legislação que aprovaram, quer com as medidas que tomaram. Estão a defender quem lhes dará o tacho ou a quem já serviram antes? Pois que sejam corridos, sem dó nem piedade. Portugal tornou-se numa enorme fábrica de ladrões, ratoneiros, vigaristas e corruptos que dificilmente teremos dificuldades em ver pelas costas, tal o número e processos que usam para nos sugarem. Mas temos de acreditar que isso é possível. Vêm aí eleições autárquicas. Talvez se possa ensaiar com elas aquilo que pode ser o aparecimento de grupos de cidadãos que concorram às autarquias sem a bandeira de qualquer partido. A seguir virão as eleições para a Assembleia da República. Nessas ou aparecem partidos novos, de gente séria, ou então é melhor lutar por que a abstenção seja maior do que o conjunto da votação em todos os partidos. Talvez assim esta gente aprenda que ainda somos donos do nosso destino e que eles, que tanto nos pedem o voto, não podem continuar a comportar-se como até aqui: quando se apanham com o poder fazem o que bem lhes parece, sem nos prestarem contas. E nem quando se enganam têm a humildade de vir dizer que se enganaram e pedirem as correspondentes desculpas. Já não bastava o que se passou com o BPN, com o BCP/Millenium, o BPP. Agora mais esta do BANIF. Porque é que os bancos não podem falir? Quando é que o estado deita a mão a empresas privadas, importantes para manter o país a funcionar? Nunca. Mas aos bancos, acode logo que eles estão a dar sinal de fraqueza. A gatunagem segue em frente. E nós a ver. 2 – Afinal, ao contrário do que disse a ministra da Justiça, a impunidade continua. Antigos dirigentes e responsáveis do BPN continuam à frente de vários serviços e nas empresas que se substituíram ao Banco para tentarem reaver activos e créditos mal parados do banco. Trata-se de advogados e economistas, entre outros, gente que desempenhou cargos de direcção, administração, em vários sectores daquele banco e contribuiu para que o BPN chegasse à situação a que chegou ou se agravasse já depois da nacionalização. Alguns deles estão mesmo indiciados por crimes e estão a inda a ser investigados. Mas nada disso impediu que esses senhores continuassem a desempenhar altas funções e altamente remuneradas, na Parvalorem, na recuperação de créditos, na direcção de assuntos jurídicos, contenciosos. Tudo isto e o mais que não se sabe, demonstram a falta de vergonha que atingiu esta gente. Já nem falo de valores, porque isso é coisa que essas pessoas ignoram o que possa ser. Num país com um mínimo de decência todas estas pessoas já teriam prestado contas à Justiça, estariam julgados e possivelmente condenados e na cadeia. A América, com todos os seus excessos, é, nesse aspecto, um exemplo para o mundo e de um modo especial para Portugal. Daí que a nossa ministra da Justiça tenha pela frente uma tarefa que não sei se conseguirá levar a cabo. Mas ela lá vai dizendo que está a cumprir o seu programa. Eu é que ainda não vi alteração nenhuma que tenha melhorado algo na sua área. Mudou o Código das Custas e ainda é necessário esperar para ver se está melhor, no seu conjunto, embora tenha de reconhecer que corrigiu alguns aspectos que eram absolutamente inaceitáveis. Quanto às restantes reformas prometidas e necessárias, nada se adiantou até agora. E a impunidade continua, como se vê. 3 – A lição de Depardieu. Não estando de acordo com os elogios à forma como funciona a democracia na Rússia, não posso deixar de enaltecer a sua atitude de coragem e de protesto, contra a carga fiscal que lhe quis impor o governo francês. Obrigar um qualquer cidadão a pagar setenta e cinco (repito, 75%) por cento de impostos sobre os seus rendimentos, por mais rico que um cidadão seja, é criminoso. Não conheço as origens de Depardieu, mas aprendi a apreciá-lo nos muitos filmes que protagonizou. Penso, por isso, que terá ganho os seus milhões através do seu trabalho, das suas poupanças e dos seus investimentos, ao longo de muitos anos. Tem, assim, todo o direito de gozar os seus rendimentos e de se escusar e defender de uma carga fiscal monstruosa. Certos governos, como o português, neste momento, sugam os cidadãos até ao tutano, mas os seus políticos roubam o mais que podem, governam mal, nunca assumem as suas responsabilidades, tratam da vida dos seus filhos, afilhados e outros apaniguados dos seus partidos, sem se preocuparem com os demais cidadãos. Isto genericamente, claro, porque há excepções. Governam com o sentido nos seus interesses e quando as coisas correm mal viram-se para os mais fracos, os indefesos, os cidadãos vulgares. Não se viram para quem originou as situações de crise, como acontece em Portugal. Esses continuam sentados à mesa do orçamento de estado, beneficiando de milhões, esmifrados aos pobres, aos remediados e a quem trabalha no duro, para cumprir as suas obrigações, para com os seus semelhantes, sejam eles empregados, familiares ou mesmo os mais necessitados, os pobres da sociedade em que se inserem. Por vezes, os políticos têm de levar bofetadas destas na cara para aprenderem. Por cá temos de tomar atitudes idênticas, como a que sugeri acima.

(TRAZIDO POR: ProfAmónima)