Páginas

segunda-feira, 28 de julho de 2014

(59)EDUCAÇÃO:QUEM VAI MANDAR NAS ESCOLAS PORTUGUESAS?!

[TRAZIDO DO JORNAL PÚBLICO(7/7)]- [EDUCAÇÃO:QUEM VAI "MANDAR" NAS ESCOLAS PORTUGUESAS?!] «Crato garante que municípios não vão gerir carreira ou salários de docentes no próximo ano [MARIA JOÃO LOPES 07/07/2014 - 15:19] Em causa está descentralização de competências do Ministério da Educação e Ciência para as autarquias. Uma das propostas prevê compensação monetária de municípios que consigam gerir escolas com menos docentes. Crato garante que, no seu mandato e para o ano, tal não vai avançar. [Nuno Crato diz que se trata de “um pré-projecto-piloto” em “fase de discussão” com “uma dezena de municípios” DANIEL ROCHA] O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, garantiu nesta segunda-feira que, pelo menos para o ano, não haverá qualquer transferência de competências da administração central para os municípios no que toca a salários, contratação de professores ou gestão da carreira docente. O governante foi questionado à saída de uma reunião com a Federação Nacional da Educação (FNE) sobre a proposta de descentralização de competências deste ministério para as autarquias e que inclui a possibilidade de estas serem monetariamente compensadas, caso consigam gerir as escolas com menos docentes, mas garantiu que tal não irá acontecer. “Eu sei o que vai acontecer no meu mandato e o que está em causa no meu mandato é, no próximo ano lectivo, haver uma transferência de competências para os municípios que não inclui a gestão dos salários e a contratação de professores. Não inclui. Continuará a ser feita pela administração central. E o que está em causa em linhas gerais é um maior envolvimento local na melhoria da educação, é só isto. Não vale a pena especularmos”, afirmou. Esta posição do ministro surge dias depois de reuniões com autarcas sobre a "municipalização" de escolas já em 2014-15 e de ter sido tornada pública uma proposta que previa prémios para as câmaras que trabalhassem com menos docentes nas escolas. Esta proposta de introdução do chamado “factor de eficiência” constava de documentos oficiais que o MEC e a Secretaria de Estado da Administração Local fizeram chegar às autarquias e aos quais o PÚBLICO teve acesso. Nesses documentos, reconhece-se ainda aos municípios “a competência de recrutamento de pessoal docente para projectos específicos de base local”. Isto, depois de o próprio Governo ter reconhecido, nos mesmos documentos, que a matéria relativa ao pessoal docente é a que encerra “maior complexidade, designadamente jurídica” e que, por isso, “maior ponderação e concertação deve envolver”. Questionado sobre se essa gestão de recursos, no que toca a professores, alguma vez passará para as câmaras, Nuno Crato disse que apenas responde pelo que se passará para o ano, no seu mandato, e que não faz “futurologia”: “Não sei o que vai acontecer no século XXII, sei o que vai acontecer para o ano.” O ministro adiantou que, na reunião, explicou à FNE que o projecto de transferência de competências para os municípios na área da educação é ainda “um pré-projecto-piloto”, em “fase de discussão” com “uma dezena de municípios”. “Após esta discussão serão esclarecidas quais são as formas de colaboração que existirão para essa transferência de competências para municípios. Mas não está em causa salários dos professores, contratação de professores, gestão da carreira docente, nada disso está em causa. Portanto, não há que haver qualquer preocupação no que se refere aos professores, que continuam a ser funcionários da administração central”, sublinhou. Nuno Crato acrescentou que o que se pretende “é um maior envolvimento local dos municípios” e que em discussão está “a possibilidade de incentivar uma melhor gestão dos recursos globais”. Questionado sobre o que significará na prática essa melhor gestão, o ministro disse que tal “resultará” precisamente da discussão que está a decorrer com os municípios. O governante apelou ainda à “tranquilidade” em relação a este projecto de descentralização de competências. “Temos de olhar para todos estes assuntos com a maior tranquilidade. Está em cima da mesa um conjunto de ideias para uma transferência de competências para os municípios, com vista a que haja um maior envolvimento das populações locais através dos seus municípios e delas próprias na melhoria da qualidade do ensino”, declarou. Sublinhou que em cima da mesa estão para já “propostas gerais” e que “não vale a pena” especular sobre o que vai acontecer.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. INFORMAÇÃO ADICIONAL:PODERÁ VER NOS DIVERSOS DE JULHO (post 2) O TEXTO NA INTEGRA!

    ResponderEliminar
  3. QUEM VAI MANDAR NAS ESCOLAS PORTUGUESAS?(continuação)

    «“Estamos a conversar com os municípios e registamos o interesse da FNE em ser parceira deste acordo, ou seja, em envolver-se também nessa discussão. Mas, como dissemos à FNE, é cedo, porque estamos ainda a conversar com os municípios e conversaremos com outros parceiros a partir do momento em que estejam mais delineadas as posições que vão ser tomadas”, justificou.

    Fenprof promete “luta”

    O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, também saiu da reunião com a equipa ministerial com a garantia de que as autarquias não poderão receber prémios por terem menos professores nas escolas: “A afirmação que foi feita muito claramente pelo senhor ministro foi a de que os professores são funcionários da administração central, continuarão a ser funcionários da administração central e que não está em causa qualquer transferência que diga respeito à gestão de professores ou a salários de professores.” Para João Dias da Silva, neste quadro, a hipótese de haver um prémio para as autarquias que consigam gerir escolas com menos docentes não se coloca: “Se aquilo que nos foi afirmado foi que não está em causa que os professores continuem a ser funcionários da administração central, que salários de professores só têm a ver com o MEC, que a gestão de recursos humanos só tem a ver com o MEC e as escolas, essa questão não se coloca.”

    (ENVIADO POR:PA/DI)

    MAIS
    Ministério da Educação propõe prémio para câmaras que trabalhem com menos docentes

    Municipalização do ensino é "um retrocesso da vida democrática"

    Ministério da Educação quer “escolas municipalizadas” em vários concelhos já no ano lectivo 2014/2015»

    ResponderEliminar